EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE!

03/02/2011 21:33

            No livro de Jó encontramos a história de um homem bom, fiel e abençoado por Deus que perdeu, de uma só vez, todos os seus bens, todos os seus filhos e foi acometido de uma enfermidade terrível. A situação era tão difícil que sua esposa aconselhou: “Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2:9). Os amigos o acusaram, culpando-o pela situação. Todos que o conheciam, até as crianças, o desprezaram (Jó 19:13-19). A história de Jó nos ajuda a entender e lidar com o sofrimento, uma das mais dolorosas experiências humanas. Eis algumas lições que podemos tirar da vida de Jó:

            Mesmo as pessoas boas e fiéis a Deus sofrem: Jó era um homem íntegro e sofreu intensamente: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.” (Jó 1:8). O apóstolo Paulo, um servo fiel e dedicado ao Senhor, sofreu muito (2 Co 11:23-27). Até Jesus, o Filho de Deus, sofreu (Hb 2:9-10). Portanto, nós também podemos sofrer!

            O inimigo de nossas almas pretende que percamos a fé: Seu propósito fica evidente quando ele aceitou o desafio de tentar destruir a fé de Jó, homem fiel e temente a Deus. Ele é tão ousado que tentou a Jesus, fazendo-lhe ofertas irresistíveis no intuito de o vencer (Mt. 4:1-11). O conselho da mulher de Jó não foi ouvido por seu marido, mas, às vezes, em meio às dores, alguns cristãos têm dado ouvidos a suas palavras. Jó desconhecia a razão de seu sofrimento, assim como nós muitas vezes não sabemos a fonte de nossas dores. Mas podemos ter certeza que o inimigo estará torcendo para que fraquejemos e nos afastemos de Deus.

            Nem sempre nossos amigos podem nos ajudar: Os amigos de Jó, ao saberem de seus problemas, “combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo” (Jó 2:11). Mas não foi o que eles fizeram: baseados em suas opiniões, acusaram e condenaram Jó, trazendo-lhe desânimo e perturbação ao invés de consolo.

            Deus não responde todas as nossas indagações: Nossa primeira reação ao sofrimento é perguntar “Por quê?”. Assim fez Jó (Jó 3:24). Podemos ler todo o livro de Jó e não acharemos resposta de Deus. Após Jó e seus amigos debaterem a questão, quando o Senhor falou, Ele não explicou o porquê: apenas afirmou que o homem, enquanto criatura, não tem capacidade de entender certas coisas e não deve questionar a sabedoria do Criador. Jó entendeu o que Deus lhe dizia e com humildade declarou: “Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca” (Jó 40:4). Jó se arrependeu por ter duvidado da justiça e bondade de Deus: “falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia.... Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42:3,6).

            Devemos permanecer fiéis: Deus não nos promete que não vamos sofrer. Jesus disse: “No mundo tereis aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo. 16:33). Quem afirma que os filhos de Deus não terão problemas nem dificuldades, é falso mestre e não conhece a palavra de Deus. A Bíblia nos relata que Jó perdeu tudo, Jeremias e Paulo foram presos, João Batista, decapitado, Estevão, apedrejado e Jesus, crucificado. Nós também sofreremos!

            Nosso sofrimento é temporário: Jó sofreu muito, mas seu sofrimento acabou e Deus lhe devolveu tudo que tinha em dobro (Jó 42:10). Assim é conosco: podemos confiar que as tempestades passam e a vida continua. Se somos servos de Deus, temos nossos nomes escritos no livro da vida, em Jesus podemos ter a certeza de que receberemos nosso galardão no céu (Hb 12:1-3; 13:14). As dores deste mundo se tornam pequenas demais quando as comparamos com a certeza de vida eterna em Cristo!

            Lembremos sempre que as dores que porventura surjam em nossa vida não siginificam falta de fé nem que temos algum pecado terrível. Provações podem ser disciplina de Deus (Hb 12:6-13), ou não. Todavia, podemos sempre ver as dificuldades como oportunidade para crescer na fé (Tg 1:2-4) e motivo para adorar a Deus (Tg 5:13; Jó 1:20). E em meio às tempestades, que possamos dizer como Jó: “eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra!” (Jó 19:25).

            Graça e paz!

            Aurélia Cabral Cezar

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